Por que temos pesadelos? Entenda as causas e como evitá-los

Os pesadelos são uma experiência comum que afeta pessoas de todas as idades. Muitas vezes, eles podem ser perturbadores e impactar a qualidade do sono, influenciando negativamente nossa saúde mental e física. Mas afinal, por que temos pesadelos? 

Neste artigo, vamos explorar os diversos fatores que contribuem para a ocorrência de sonhos ruins, identificar em qual fase do sono eles são mais frequentes, discutir estratégias para reduzir sua incidência e entender como esses sonhos angustiantes afetam diferentes faixas etárias. 

Por que temos pesadelos? 

Pesadelos são fenômenos complexos resultantes da interação de fatores psicológicos, fisiológicos e externos. Vamos nos aprofundar em cada um! 

Fatores psicológicos 

Situações estressantes, ansiedade, depressão e traumas são algumas das principais causas psicológicas que podem desencadear sonhos ruins. Quando estamos sob estresse ou ansiedade, nosso cérebro tende a processar essas emoções intensamente durante o sono, resultando em pesadelos.  

Pessoas com depressão tendem a experimentar pesadelos mais frequentes e intensos. Isso ocorre porque a doença pode alterar a estrutura do sono, levando a uma maior incidência de sonhos negativos. 

Experiências traumáticas podem deixar cicatrizes profundas no subconsciente, manifestando-se como pesadelos. Indivíduos com transtorno de estresse Pós-traumático (TEPT) têm mais chances de relatar pesadelos recorrentes relacionados ao trauma que vivenciaram. 

Fatores fisiológicos 

Problemas de saúde e mudanças no corpo podem afetar a qualidade do sono e aumentar a probabilidade de ter pesadelos. 

Insônia e apneia do sono podem aumentar a frequência de pesadelos. A apneia do sono, por exemplo, causa interrupções frequentes na respiração enquanto a pessoa dorme, levando a despertares que podem ser acompanhados por sonhos angustiantes. 

Estados febris também podem causar pesadelos devido às alterações químicas no corpo e ao desconforto físico. 

O uso de alguns tipos medicamentos que afetam o sistema nervoso também está associado a um risco maior de ter pesadelos. 

Fatores externos 

Várias influências externas explicam por que temos sonhos ruins, desde a alimentação até o ambiente em que dormimos. 

Consumir refeições pesadas ou alimentos picantes antes de dormir pode causar indigestão e afetar a qualidade do sono, resultando em pesadelos.  

Já um ambiente de sono desconfortável, com luz ou ruídos em excesso e temperatura inadequada, pode prejudicar a qualidade do sono e aumentar a probabilidade de pesadelos. Manter um quarto tranquilo e escuro é fundamental para um sono reparador. 

Outro fator externo que ajuda a explicar por que temos pesadelos é consumir qualquer tipo de conteúdo considerado perturbador antes de dormir. Filmes e séries de terror, assim como livros de histórias assustadoras, podem influenciar negativamente os sonhos. A exposição a esses estímulos é processada pelo cérebro durante o sono, resultando em pesadelos. 

Em qual fase do sono temos pesadelos? 

Os pesadelos ocorrem principalmente durante a fase de sono REM (Rapid Eye Movement; na tradução, Movimento Rápido dos Olhos). O sono REM é caracterizado por movimentos oculares rápidos, aumento da atividade cerebral e sonhos vívidos.  

É durante essa etapa, que corresponde a cerca de 20% do nosso sono, que o cérebro processa emoções e memórias, o que pode explicar por que os pesadelos são mais comuns nesse estágio. Como o sono REM se torna progressivamente mais longo à medida que a noite avança, estamos sujeitos a ter pesadelos com mais frequência nas primeiras horas da manhã. 

Pesadelos em crianças e bebês 

Os pesadelos acontecem em pessoas de qualquer faixa etária, mas são mais frequentes em crianças, segundo estudos. Metade das crianças entre 3 e 6 anos relata pesadelos frequentes, e 20% das que têm entre 6 e 12 anos têm sonhos ruins.  

Como o sono REM, fase em que os pesadelos mais acontecem, é mais prevalente no final de uma noite de sono, consequentemente as crianças têm maior probabilidade de acordar e se lembrar desses sonhos angustiantes. 

Os pesadelos se manifestam de maneiras diferentes em cada criança, mas geralmente envolvem coisas assustadoras, como monstros, fantasmas, animais ferozes ou pessoas que parecem ser perigosas. 

Para ajudar as crianças a lidar com pesadelos, os pais ou responsáveis podem criar uma rotina de sono regular e proporcionar um ambiente seguro e acolhedor. Também é interessante incentivar os filhos a falar sobre os pesadelos que tiveram para que eles possam entender seus próprios medos.  

Outra dica muito útil na prevenção de pesadelos em crianças é limitar a exposição a conteúdos assustadores antes de dormir. 

Diferença entre mulheres e homens 

Entre homens e mulheres, os pesadelos são mais frequentes entre o público feminino, de acordo com estudo publicado na Sleep Medicine Reviews, principalmente entre a adolescência até os 60 anos. Entre crianças e idosos, no entanto, essa diferença de gênero não foi observada. 

Como parar de ter pesadelos? 

Embora não seja possível eliminar completamente os pesadelos, algumas estratégias podem ajudar a reduzir sua frequência e intensidade.  

Manter uma rotina de sono regular, criar um ambiente de sono confortável e evitar estimulantes, como cafeína e álcool, antes de dormir são práticas que podem melhorar a qualidade do sono e reduzir pesadelos. Se o tempo de tela for cheio de imagens negativas ou preocupantes, a chance de ter sonhos perturbadores também aumenta. 

Praticar técnicas de relaxamento, a exemplo de meditação, respiração profunda e ioga, pode ajudar a aliviar o estresse, a ansiedade e a preocupação, diminuindo a probabilidade de os pesadelos aparecerem. 

• Veja também: Conheça 4 técnicas de respiração para dormir e melhore suas noites de sono 

 Ter um horário certo para dormir e acordar ajuda a manter o sono tranquilo, evitando muitos pesadelos depois de ficar sem dormir direito. 

Como os pesadelos podem afetar o sono? 

Pesadelos, especialmente os que acontecem várias vezes, podem atrapalhar muito o nosso sono. Quando acordamos por causa desses sonhos perturbadores, a tendência é ficarmos ansiosos e com dificuldade para relaxar e voltar a dormir. Isso pode desencadear um ciclo nada saudável: com medo de novos pesadelos, algumas pessoas podem querer evitar dormir. Como consequência, elas dedicam menos horas para o descanso.  

A grande questão é que esse ciclo pode piorar a ocorrência de pesadelos. Quando a pessoa finalmente dorme, pode ter sonhos e pesadelos ainda mais intensos, dando origem a um padrão de sono perturbado que culmina em insônia.  

Não dormir o suficiente por causa de pesadelos pode fazer com que a pessoa se sinta muito cansada durante o dia, além de mudar o humor e piorar a capacidade de pensar claramente, o que pode afetar as atividades diárias e a qualidade de vida.  

Pesadelos também podem piorar problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, e não dormir bem pode fazer esses distúrbios ficarem ainda piores. 

Os pesadelos são resultado de uma combinação complexa de fatores psicológicos, fisiológicos e externos. Compreender por que temos pesadelos é o primeiro passo para lidar com eles de maneira eficaz. 

Com as estratégias adequadas, é possível reduzir a frequência dos sonhos ruins e melhorar a qualidade do sono, contribuindo para uma melhor saúde e bem-estar geral. 

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